Florestan Fernandes (1920-1995) foi um sociólogo, professor e político brasileiro, considerado uma das maiores referências do pensamento sociológico crítico no Brasil e na América Latina.
Nascido em São Paulo, em uma família de imigrantes pobres, Florestan trabalhou desde a infância como engraxate, vendedor ambulante e office-boy. Conseguiu ingressar na universidade em 1940, onde estudou Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). Em 1945, formou-se com uma tese sobre as relações raciais no Brasil, tema que se tornaria central em sua obra.
Nos anos 1950 e 1960, Florestan Fernandes dedicou-se a estudar a realidade social brasileira, em particular as desigualdades e conflitos resultantes do sistema de classes e das relações raciais. Sua obra mais famosa, "A integração do negro na sociedade de classes" (1964), é considerada um clássico da sociologia brasileira e uma das análises mais profundas e abrangentes sobre o racismo e a exclusão social no país.
Além de sua contribuição acadêmica, Florestan Fernandes também se destacou como ativista político e defensor da democracia e dos direitos humanos. Participou da luta contra a ditadura militar no Brasil, sendo eleito deputado federal em 1982 pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Sua atuação parlamentar foi marcada pela defesa dos interesses das camadas populares e pela crítica aos poderosos e à corrupção.
Florestan Fernandes faleceu em 1995, deixando um legado de compromisso com a justiça social e de defesa dos mais vulneráveis. Sua obra continua a inspirar gerações de estudiosos e ativistas em todo o mundo.
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